quinta-feira, 1 de março de 2012

Desidratação em Animais

A água é o principal componente do corpo dos seres vivos. Aproximadamente 65% do corpo dos animais é composto por água, entretanto, este valor varia muito de acordo com a espécie e a idade. Animais mais jovens tendem a possuir uma porcentagem maior de água corpórea, devido à maior proporção de massa muscular (alta quantidade de água) em relação à gordura corpórea (baixa quantidade de água), diminuindo essa proporção com o crescimento do animal. Na Tabela 1 são apresentados valores referentes ao teor de água presente no corpo de algumas espécies de animais.

Tabela 1. Teor de água presente no corpo dos animais de acordo com a espécie e idade

Espécie Animal

Água Corporal (%)

Bovinos

60-65

Suínos – 7 dias

80

Suínos – 70 dias

64

Suínos – 150 dias

49

Aves de corte

63

Aves de postura

53

Ovinos

55

As perdas de água dos animais são decorrentes de cinco vias: pelos rins (urina), intestinos (fezes), pulmões (respiração), pele (evaporação) e produção de secreções (leite pelos mamíferos e ovos pelas aves). A regulação da ingestão voluntária de água é regida por dois mecanismos principais: a desidratação celular e o sistema renina-angiotensina. Estes mecanismos atuam estimulando a sede e induzindo o animal a consumir água.

Todas as espécies animais ingerem água para manter um nível constante de água corporal. A quantidade de água consumida pelos animais domésticos depende principalmente da temperatura do ambiente, peso vivo e da taxa de atividade metabólica do animal.

O animal é considerado em estado de desidratação quando o nível de água do organismo é inferior ao mínimo necessário para o funcionamento normal de todas as funções metabólicas no animal. Varias são as causas que levam à desidratação, e podem ser divididas em dois grandes grupos: as que causam diminuição de consumo (como por exemplo, ausência de consumo alimentar, doenças sistêmicas que inibem os centros de apetite e sede, e também a privação de água) e as que causam excesso de perdas (urina em excesso – poliúria, distúrbios gastrintestinais - estômago e intestino - como vômitos e diarreias, respiração ofegante, salivação excessiva, alterações de pele como queimaduras, entre outros).

Os sinais clínicos de desidratação ocorrem quando há perda de peso da ordem de 5 a 8%, enquanto perdas de 10 a 15% resultam, normalmente, em choque.

Os sintomas de desidratação são: mucosas secas, olhos fundos, ao beliscar a pele ela não volta imediatamente ao lugar, prostração, aumento da temperatura corporal, diminuição da quantidade de urina, ou ela se torna mais escurecida, sonolência e até desmaios. Conforme o grau de desidratação são observados os sinais clínicos, como mostra a tabela 2

Tabela: Grau de desidratação e sinais clínicos normalmente presentes.
até 5% - Sem sinais.
5% - Leve inelasticidade da pele, mucosa seca, urina concentrada, cansa fácil.
6 - 8% - Pele sem elasticidade, Tempo de preenchimento capilar acima de 3 segundos, olho profundo, mucosa oral viscosa e seca, conjuntiva congesta e seca, urina concentrada.
10 - 12% - Pele severamente inelástica, TPC acima de 3 segundos, olho profundo na órbita, mucosa pálida, pulso rápido e fraco, contração muscular involuntária, depressão.
12 - 15% - Choque e morte iminente.


Fontes:

http://pt.engormix.com/MA-avicultura/administracao/artigos/agua-principal-alimento-producao-t300/p0.htm

http://cantodosbichos.blogspot.com/2007/02/desidratao.html